*Todos querem o perfume das flores, mas poucos sujam as suas mãos para cultivá-las.*



[(.. Rosa Choque .. )]

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Eu pensei em amá-la! Eu quis tê-la!
Manchada pela discórdia, hoje ela acordou
semeada pela guerra
num jardim sem cor

Te vi em um quadro sem perfume e sem vida
Olhei por onde vim, passei por onde caí
E nem ao menos vi semente
E nem ao menos vi jasmim

Manchada pela raiva
Queimada pelo seu calor
Hoje querem seu perfume
Hoje querem seu amor
Tarde que for, serás apenas incolor

Nascida das cinzas: semente da paz
Rosa vermelha ou branca
Será paz ou será amor ?

Trago em minhas mãos a semente mais bela
Trago em meu coração uma rosa como aquela
Suas pétalas brancas manchadas pelo sangue da morte
A morte da vida;
A morte da morte.

Rosa linda
Manchada pela tinta de um escritor
Que tenta esboçar sobre amor


Dark Rose

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Era um jardim muito belo e também muito florido. Deparei-me com tantos buquês em e arranjos e em meio aos seus estonteantes aromas, a percebi em meio a tantas pétalas e espinhos. Era tão glamurosa, tão majestosa. Por alguns instantes a olhei, a admirei e até a amei. Essa era a mais deslumbrante, a mais bela das rosas que já havia visto. Suas pétalas escuras quanto a noite, sensíveis quanto a ceda.
Ao me aproximar um pouco mais, passei a admirá-la com mais atenção. Me sentia mais envolvido. Fui chegando perto, cada vez mais perto; senti, pois, seu perfume, que me envolvia junto ao ar de sua presença. Tonto e anestesiado, pude perceber que havia pequenas manchas ao seu redor. Mais próximo ainda, percebi que eram gotas de sangue.
E cada vez mais fui me aproximando. Cada vez mais me envolvendo pelo seu exótico perfume, que ia me deixando hebriamente cansado. Percebi agora, tão de perto, que nem tão bela essa rosa era. Havia poucas pétalas e seu perfume agora estava me sufocando e dominava minha mente, fazendo meu cérebro contrair de dor. Senti uma angustia, senti raiva, senti ódio!
Tive vontade de arrancá-la, mas seus espinhos não me deixaram. Tão sem vida.
Tão pequena e oprimida.Tão negra e venenosa!
Meu dedo agora gotejava sangue e meus olhos, lágrimas. Minhas lágrimas se uniram àquelas manchas ao seu redor e da minha dor ela se alimentava; e da minha fraqueza ela se aproveitava.
O que uma rosa tão obscura faz num jardim tão belo? Essa pergunta agora pairava sobre minha mente.
Em meio ao turbilhão de dor e anestesia causado por seu perfume, tive um momento de lucidez. Atirei-lhe a mão compulsivamente e tentei arrancá-la. “Maldita rosa!”. Suas raízes eram tão fortes e absolutas que nem ao menos consegui movê-las.
E mais uma vez caí...Tão suja e tão sem cor, só me fazia sentir muita dor. Nem ao menos podia respirar; seu perfume ardia em minhas narinas.
Com as mãos marcadas por seus espinhos, mas uma vez tentei destruí-la.
Lancei-lhe a mão, mas quão difícil foi; estava cravada em meu coração.


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